
A Santa Casa de Campo Grande está atendendo apenas pacientes que estejam em estado gravíssimo, como fraturas exposta, queimaduras, baleados ou esfaqueados. A medida foi adotada pela direção da Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), entidade que controla o maior hospital público de Mato Grosso do Sul, após constatação de nova superlotação na unidade. Segundo consta, todos os 600 leitos disponíveis estão ocupados.
A ‘gota d’água’ aconteceu no final da tarde desta quarta-feira (02), quando 22 pacientes ocupavam a área vermelha do hospital, que comporta apenas seis vagas. Na manhã desta quinta-feira (03), 10 pacientes internados na emergência aguardavam vaga no Centro de Terapia Intensiva (CTI), sem que haja previsão para tal. Diante do exposto, o pronto-socorro foi fechado temporariamente, o Serviço de Unidade Móvel (SAMU) foi informado para não levar mais pacientes para o local.

Apenas pacientes em estado gravíssimo serão atendidos no pronto-socorro da Santa Casa de Campo Grande
Uma faixa está afixada no portão de entrada do pronto-socorro informando sobre a superlotação. A direção da Santa Casa também fez um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil por preservação de direito, em relação a possíveis acusações de omissão de socorro; ainda foram notificados a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Conselho Regional de Medicina (CRM/MS) e o Ministério Público Estadual (MPE).
A assessoria informou que a reabertura do pronto-socorro ocorrerá somente quando mais vagas forem liberadas, sem previsão para isso. A diminuição no atendimento na Santa Casa acontece desde o mês de Maio deste ano, quando ficou decidido que apenas pacientes enviados pela regulação municipal (postos de saúde, UPAs e a Sesau) seriam atendidos no pronto-socorro.
A ABCG tenta pressionar a Prefeitura Municipal, o Governo do Estado e a União para aumentarem o valor dos repasses para a Santa Casa. O contrato com a Prefeitura Municipal foi encerrado em dezembro de 2016 e até agora não foi renovado. O Município mantém o acordo por meio aditivos. O hospital recebe mensalmente R$ 20,2 milhões do Governo Federal, Estado e Município para custear os atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).