Sem ter um nome ‘limpo’ politicamente para concorrer ao Governo do Estado no pleito do próximo ano, o PMDB tem como alternativa importar alguém de outra agremiação partidária. Neste cenário, surge o nome da deputada federal Tereza Cristina – hoje no PSB, mas em divergências com o comando da sigla – que tem uma significativa representatividade no interior de Mato Grosso do Sul, principalmente no meio pecuário e agrário, setores estes que podem, e muito bem, patrocinar qualquer campanha política.
Tereza desponta como uma espécie de ‘carta-surpresa’ no baralho peemedebista. Mesmo pertencendo ao PSB, onde ocupa o cargo de líder do partido na Câmara dos Deputados, ela sempre foi uma forte aliada ao ex-governador André Puccinelli (PMDB), até mesmo quando vestia as cores do PSDB, ainda nos tempos em que era secretária estadual de Produção (a extinta Seprotur). Diga-se de passagem, foi o próprio André que a conduziu à pasta no seu Governo e a ajudou na campanha para o parlamento federal.
Agora, com a crise política dentro do PSB, surge a possibilidade de Tereza Cristina deixa a sigla e assinar com o PMDB, partido o qual nunca escondeu ter afinidade, talvez devido a amizade com André. Como as opções do partido no Estado estão escassas, devido a inúmeras investigações dos últimos anos, a parlamentar torna-se uma interessante e forte opção, não apenas por ser uma mulher e ter envolvimento com o setor agropecuário, mas principalmente por ter um ‘passado livre’.
Entre o PMDB e o DEM
Na terça-feira (18), o presidente da República, Michel Temer (PMDB), esteve na casa da sul-mato-grossense em Brasília (DF). Os dois conversaram sobre a ida do ‘grupo rebelde’ do PSB, como estão sendo chamados os deputados que apoiam as reformas propostas pelo Governo, para o PMDB. Temer precisa reforçar sua base no Congresso e o PMDB, de MS, precisa reforçar o seu baralho para 2018;
Não há nada decidido ainda sobre o futuro político da deputada federal. Até mesmo porque o DEM, do presidente da Câmara Rodrigo Maia, também está tentando atrair os deputados insatisfeitos com a direção do PSB. Segundo a imprensa de Brasília, Tereza Cristina disse que teve um diálogo ‘tranquilo’ com Temer, mas não sinalizou maiores detalhes.
“Ele [Temer] sabe da intenção desse grupo [rebelde], mas não é uma debandada. Nós ainda estamos tentando conversar com o partido, mas existe uma possibilidade [de saída], sim. Nós estamos conversando com o DEM, conversando com o presidente Rodrigo Maia, e também aventou-se aqui a possibilidade de irmos para o PMDB. Houve essa conversa também. Um oferecimento para o grupo”, disse a deputada. Depois, o grupo esteve reunido com Rodrigo Maia, também sobre o tema mudança partidária.