A constatação da existência de grande quantidade de cheques pré-datados na casa do agrônomo Sebastião Mauro Fenerich (69), dono do veículo incendiado com um corpo no porta-malas nesta segunda-feira (10), faz a polícia reforçar a tese de que o crime pode não ter sido latrocínio, em que alguém mata para roubar. Centenas de cheques emitidos por um grande número de pessoas, todos eles nominais a Sebastião, levam a investigação também para a possibilidade de que o aposentado estivesse atuando como agiota, ou mesmo intermediário nesse tipo de negócio.
Mais de R$ 1 milhão em pré-datados em nome de muitos emitentes, alguns bastante conhecidos, foram apreendidos durante perícia na residência de Sebastião Mauro realizada ainda na noite de segunda-feira (11), após a polícia identificar que o carro incendiado com o corpo pertencia a ele. Na casa cujo interior estava todo revirado, a polícia encontrou uma espingarda calibre 12 e um revólver.
Além dos cheques de terceiros foram apreendidos talões direcionando para a possibilidade de que o agrônomo aposentado estivesse emprestando dinheiro na atividade conhecida como agiotagem. Além dos cheques, computador que pode auxiliar na investigação está apreendido em poder da perícia assim como foram colhidas impressões digitais em móveis e objetos da casa.