Quase quatro milhões de pessoas vão às ruas na França
Líderes andaram de braços dados, inclusive rivais de longa dada, como Benjamin Netanyahu e Mahmoud Abbas.
Foi em busca de resposta e com um mesmo sentimento de indignação que milhões de pessoas foram as ruas neste domingo (11) em várias partes do mundo. Na França, quase quatro milhões de pessoas prestaram homenagem aos 17 mortos do terror. A previsão é que muita gente permaneça nas ruas durante toda noite desde domingo (11), vivendo ao máximo o clima de união.
O primeiro-ministro da França, François Hollande, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e outros líderes mundiais participaram de uma cerimônia na grande Sinagoga de Paris. Netanyahu agradeceu o funcionário muçulmano do supermercado judaico que salvou a vida de vários reféns. Ele também elogiou a posição de Hollande contra o terrorismo e o antissemitismo – o ódio aos judeus -, e disse que o inimigo comum a todos é o islã radical.
A cerimônia na sinagoga encerrou um dia intenso. Segundo o Ministério do Interior da França, foi a maior manifestação popular da história do país.
11 de janeiro de 2015. O mundo se encontrou em Paris. Se na última semana, a França teve o coração partido pelo atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo e o ataque a um supermercado judaico, no domingo o país se reergueu, carregado pela forca da multidão.
Aplausos coletivos na Praça da República da França, tomada por uma multidão antes mesmo do início da Marcha pela Paz, que, mesmo antes de começar, já era considerada a maior da história da França. Foram milhões de pessoas reunidas em nome da paz, da tolerância, da união e em memória das vítimas.
Quando a passeata começou de fato, às 15h30 no horário local, a praça e as ruas ao redor já estavam lotadas. Vistas privilegiadas eram improvisadas. Nem o empurra-empurra parecia incomodar.
Além de homenagear as 17 vítimas dos ataques, a Marcha Republicana, como foi chamada, defendeu a liberdade e condenou o terrorismo. Cerca de um milhão e meio de pessoas participaram desse momento histórico em Paris. Era tanta gente que chegar a manifestação não foi fácil.
“Teve muito congestionamento de pessoas vindo do metrô até aqui. A gente não conseguiu chegar até a praça, mas chegamos bem perto e ficamos assistindo a manifestação das pessoas”, conta uma brasileira que foi acompanhada à manifestação.
Bandeiras da França e de vários países eram carregadas com orgulho. A frase “Je suis Charlie”, que correu o mundo e virou símbolo contra o terror, estava estampada em cartazes, adesivos e camisetas. Nos ombros do pai, o cartaz do menino resumia a sensação de quem estava lá: “Não tenho medo”.
“Sem medo” também era a frase estampada em lápis gigantes, em alusão aos cartunistas mortos. Um manifestante francês conta que os filhos deles aprenderam a ler com o Charlie Hebdo. “É um momento de muita emoção para mim.”
Para garantir a segurança, o governo francês montou um megaesquema com mais de dois mil agentes, entre policiais à paisana e atiradores de elite. Quarenta chefes de estado e governo de países da Europa, da África e do Oriente Médio também participaram da marcha.
Nas palavras do presidente francês: Paris virou hoje a capital do mundo. Em um ato simbólico de união e solidariedade com a França, os líderes andaram de braços dados. Inclusive rivais de longa data.
Durante a caminhada, um momento marcante: o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da autoridade palestina, Mahmoud Abbas, separados um do outro por apenas quatro governantes.
François Hollande cumprimentou policiais e os funcionários do Charlie Hebdo. Muito emocionado, um dos colunistas do jornal, Patrick Pelloux, abraçou o presidente.
Mais de dois milhões e meio de pessoas também saíram às ruas em outras grandes cidades francesas, como Bordeaux, Marselha e Lyon. Foi um dia sem precedentes na história da França. Um dia em que os franceses se uniram para defender os ideais que eles tanto presam.
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Quase quatro milhões de pessoas vão às ruas na França
Fonte: ZapNews