Já conclamava o ditado popular: “varrer a sujeira para debaixo do tapete”; é exatamente isto que os partidos políticos estão fazendo com a nova ‘mania’ – ou modismo, como preferir chamar – de mudar o nome de suas legendas para palavras fortes e regadas de simbolismo. A estratégia de marketing do momento é apagar a palavra ‘Partido’ e extinguir de vez as já ultrapassadas e desgastadas siglas: P e mais algumas letras. É chegada a era dos novos partidos políticos, não diferente do que já são, mas com novos nomes, novas cores, os mesmos problemas de sempre.
Os dirigentes acreditam que, eliminando o ‘P de Partido’, vai impulsionar no cidadão-eleitor a imagem de que ‘a nova’ (que cá entre nós, é velha) legenda mudou, cria-se a falsa imagem de uma política moderna, participativa, com o simbolismo da luta travada pela sociedade nos protestos de rua que ganharam espaço nestes últimos anos. Estão varrendo a sujeira para debaixo do tapete, querendo apagar os pecados do passado (corrupção e tantos outros crimes) com uma singela mudança de nome.
Nestas próximas eleições veremos já uma gama de novos nomes (palavrinhas bonitinhas), todos oriundos deste modismo marqueteiro. O PTdoB, um dos primeiros a aderir ao movimento, mudou para Avante; a ideia é bem simples, eliminar a sigla do concorrente Partido dos Trabalhadores (PT) do nome – e não há necessidade de explicar o motivo! O PTN, um dos mais antigos do país, mudará em Dezembro para ‘Podemos’; a estratégia tem como base a campanha do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que tinha como lema a frase “Yes, we can” (Sim, nós podemos, na tradução). O PSL será ‘Livres’ e, nos corredores, há quem diga que o PMDB será MDB, novamente.
A proposta, de mudar o nome como opção de esconder o desgaste da sigla, não é nova no país. O hoje chamado ‘Democratas’ é um dos exemplos mais claros desta regra, a legenda surgiu como Arena, mudou para PDS, virou PFL e agora DEM. Legendas novas que surgiram nestes últimos anos já vieram com a estratégia preparada, não introduziram o antiquado jogo de letras, nascendo logo de cara com uma palavra forte como nome: Solidariedade, Rede Sustentabilidade e o NOVO, por exemplo. Mas não se enganem, salve raras exceções, tudo não passa de estratégia de marketing com a premissa de iludir o eleitor: estão varrendo a sujeira para debaixo do tapete.