Sindicalistas de MS planejam novas ações contra Reformas de Temer
Por André Farinha Publicado 31 de maio de 2017 às 11:55
Sindicalistas de MS participam de protesto contra Reformas do Governo Temer (Foto: Reprodução)

Sindicalistas de Mato Grosso do Sul querem a imediata retirada de tramitação da  Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/16, que determina a Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, e do PLC 38/2017, que determina a Reforma Trabalhista no Senado Federal. O Comitê Estadual Contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista de Mato Grosso do Sul esteve reunido na noite de terça-feira (30) para planejar as novas ações contrárias ao prosseguimento dos projetos.

Para José Ailton Pinto de Mesquita, coordenador do Sindjufe/MS (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal e Ministério Público da União em Mato Grosso do Sul), a situação política do país está insustentável diante das denúncias de corrupção. “Além disso, os conteúdos dessas reformas são altamente nocivos à vida dos trabalhadores brasileiros. Por isso precisam ser retiradas imediatamente da pauta”.

Na visão do sindicalista, um dos itens mais críticos da proposta de Reforma Trabalhista é o fato de o Governo jogar sobre os ombros dos trabalhadores a negociação salarial direta com os patrões. “Isso não é possível, pois o trabalhador não tem poder de negociar dessa forma, não tem respaldo algum para conseguir avançar em seu próprio benefício”, explica José Ailton.

Reforma Previdenciária

O coordenador geral do Sindjufe/MS, Antônio César Amaral Medina, critica a Reforma Previdenciária e diz que  as autoridades deveriam se preocupar, primeiramente, com os desvios de verbas públicas e com a sonegação por parte dos grandes empresas, como os bancos que devem bilhões de reais à Previdência. “Sem estancar esses vazamentos e regularizar essas questões não tem como o Governo vir com uma proposta para o trabalhador pagar a conta”, afirma.

Em nota, a Fenajufe (Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário Federal e Ministério Público da União) destaca que a probidade dos Poderes da República foi maculada e o equilíbrio democrático inexiste, uma vez comprovada a compra de projetos por parte de empresários, com vistas à obtenção de lucros e vantagens. Fora a negociata de balcão na compra de leis, resta ainda o volume imoral de doações privadas a campanhas eleitorais em todos os cargos, o que novamente submete e torna o parlamento – minúsculo – servil aos financiadores.

“Diante dos fatos, tocar à frente reformas com extremo potencial lesivo ao cidadão comum é um acinte, uma imoralidade, um ato de extrema perversão moral e política. Que as reformas sejam imediatamente retiradas de tramitação, arquivadas”, destaca a entidade.

Novos protestos

O Comitê Estadual Contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista de Mato Grosso do Sul promoveu na terça-feira (30) uma reunião geral de sindicalistas, federações e centrais sindicais para para discutir novas estratégias de luta contra as reformas. “Depois da nossa presença marcante em Brasília, no histórico dia 24, vamos tomar outras decisões para continuarmos a luta até que essas propostas de reformas sejam de fato retiradas de pauta e arquivadas”, afirmou Elvio Vargas, um dos líderes do Comitê.

José Lucas da Silva, coordenador regional da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), disse que a situação política do país tornou-se insustentável diante de tantas denúncias de corrupção, envolvendo até o presidente da república, Michel Temer e que, por conta disso, não tem como continuar a apreciação das reformas. “Esse Congresso e esse Governo que estão aí não têm moral para discutir propostas tão importantes dessa natureza, que vão mexer com a vida de todos os trabalhadores Brasileiros”, destacou.

(Com informações da assessoria de imprensa)