Libertadores: Chapecoense protagoniza virada histórica contra Zulia
Por André Farinha Publicado 23 de maio de 2017 às 21:40
Com dois gols nos acréscimos do segundo tempo, brasileiros vencem por 2 a 1 e se garantem na Sul-Americana. Mas ainda há esperança de vaga nas oitavas (Foto:Globoesporte/Reprodução)

A rica história da Chapecoense ganhou mais um capítulo na noite desta terça-feira (23). No mesmo dia em que o clube catarinense recebeu a notícia da perda de três pontos na Copa Libertadores da América devido a escalação irregular do zagueiro Luiz Otávio no último dia 17, e como consequência acabou sem chances de classificação para a segunda fase da competição intercontinental, a Chape foi à campo com a premissa de ganhar, conquistar o terceiro lugar no grupo, e conseguir, pelo menos, a vaga na Copa Sul-Americana. E assim foi, mas com muito sufoco.

De acordo com a diretoria, a Chapecoense promete protocolar já nesta quarta-feira o recurso no Tribunal de Apelações da Conmebol. Os juízes que tomarão a decisão são diferentes dos que tiraram os pontos do Comitê Disciplinar. O clube terá uma semana para apresentar sua defesa novamente e aguardar o parecer definitivo. Sabe-se que a decisão sairá antes do dia 7 de junho, quando acontecerá, no Paraguai, o sorteio das oitavas de final da Sul-Americana e da Libertadores. Os catarinense alegam que não foram avisados, devidamente, da suspensão do zagueiro por três partidas.

A vitória de hoje levou a Chapecoense aos sete pontos, terminando a primeira fase na terceira colocação da chave. O Lanús, que venceu o Nacional em Montevideu, foi a 13, e terminou em primeiro, seguido dos uruguaios, com oito. O Zulia, com cinco, volta para casa de mãos vazias. Caso recupere os pontos no Tribunal de Apelação, a Chape pula para segundo, eliminando o Nacional. Agora, porém, as atenções estão voltadas para o Brasileirão: segunda, às 20h (de Brasília), tem clássico com o Avaí na Arena Condá.

O jogo

Jogando em casa, a Chape partiu logo para cima do adversário. Luiz Antônio, Rossi e Wellington Paulista mostraram bom entrosamento e criavam as melhores jogadas no setor ofensivo. Aos 13, Apodi arriscou um cruzamento para dentro da área e Plazas quase faz um gol contra. A bola passou raspando na trave e a torcida no estádio chegou a comemorar o quase gol.

Enquanto os donos da casa ditavam o ritmo de jogo, o Zulia se defendia como podia. O ponto forte dos rivais venezuelanos era a marcação e a linha defensiva, constituída por quatro jogadores, as vezes até cinco. Apesar das poucas chances, foram eles que abriram o placar, após falha da marcação chapecoense. Aos 29, Arango recebeu cruzamento de Unrein, deslocou o goleiro Jandrei e carimbou a rede.

O empate por muito pouco não saiu aos 38. Em cobrança de escanteio, a bola passou por cima de todo mundo e sobrou para Arthur Caike, que matou, de cabeça, mas a bola foi para fora do gol. Nos minutos finais do primeiro tempo, nova chances de gol. Reinaldo, aos 45, cobrou fez o levantamento para dentro da área e Arthur, na finalização manda para a linha de fundo.

O segundo tempo começou com o gramado bastante molhado devido à chuva. Apodi e Girotto eram os homens responsáveis por criar as jogadas pelas intermediárias, mas a forte marcação venezuelana impedia o sucesso das jogadas. Aos 08, Wellington Paulista recebeu livre, na cara do gol, mas meteu um bolão na trave. Aos 19, Rossi faz um bom cruzamento para Arthur, que arrisca de cabeça, na sobra, Wellington Paulista quase chega para matar.

Restando pouco mais da metade do segundo tempo, a Chapecoense seguia partindo para cima, mas errando na finalização ou sendo dominado pela marcação adversária. A história começou a mudar após os 25 minutos, quando Bello, do Zulia, foi expulso após puxar Rossi. A tradicional cera latina também deixou os nervos dos jogadores mais tensos nos minutos finais.

Em dez minutos, a Chapecoense perdeu três grandes chances de gol. A primeira, aos 30, após Grolli cabecear para o gol e a bola bater no cantinho da trave. Na sequência, Wellington Paulista recebeu dentro da área e se chocou com o goleiro rival na hora de finalizar. Aos 35, de novo Wellington Paulista, mas sem sucesso. Aos 36, foi a vez de Nenén, que limpou todo mundo e acertou o travessão.

A pressão aumentou e o desespero dos brasileiros também. Mas como cita o ditado: ‘pedra dura e água mole, tanto bate até que fura. O primeiro gol saiu aos 45, Arthur aproveitou o bate e rebate dentro da pequena área e estufou as redes venezuelanas. E, aos 46, após cruzamento de Rossi, Girorro cabeceia para dentro da meta e vira o marcador. A torcida, mais de quatro mil compareceram à Arena Condá, foram à loucura. Final Chape 2, Zulia, um.