É crescente o número de empresas no país e o principal ‘motor motivacional’ para este cenário é justamente o que tem feito às (outras) empresas fecharem suas portas: a dita cuja da crise. O movimento, que tem sido chamado de ‘empreendedorismo de necessidade’ pelos órgãos industriais, tem sido a alternativa de muitas pessoas desempregadas para gerar renda e sobreviver.
Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (17), no primeiro mês de 2017 foram criadas 194.199 empresas no país. Este é o maior número para o período desde 2010. O resultado é 16,6% superior se comparado ao mesmo mês de 2016, quando 166.613 pessoas jurídicas foram abertas. Em relação a dezembro de 2016 (120.633), o aumento foi de 61%.
Conforme o levantamento, a microempresa individual (MEI) totalizou 159.522 aberturas no período, um aumento de 16,2% sobre o mesmo mês de 2016. As sociedades limitadas registraram criação de 12.760 unidades (+8,6%). A criação de empresas individuais cresceu 21,7%, com um total de 12.916 novos negócios em 2017. A criação de empresas de outras naturezas teve alta de 29,5%, com 9.001 nascimentos em janeiro de 2017.
“O empreendedorismo de necessidade segue pautando a criação de novas empresas no país. Com o desemprego elevado, pessoas que estão perdendo vagas no mercado de trabalho buscam novas fontes de renda através da abertura de novos negócios”, destacou, em nota, a Serasa.
“A crescente formalização dos negócios no Brasil é responsável pelo aumento constante das MEIs, registrado desde o início da série histórica do indicador. Em sete anos, passaram de menos da metade dos novos empreendimentos (25,5%, em janeiro de 2010) para 82,1% no último levantamento”, completou.
Setor de Serviços
O levantamento mostra que o setor de serviços ainda é o mais procurado por quem quer empreender. Em janeiro de 2017, 124.340 novas empresas surgiram neste segmento, o equivalente a 64% do total. Em seguida, 53.580 empresas comerciais (27,6%). No setor industrial, foram abertas 15.837 empresas (8,2%).
Segundo a Serasa Experian, nos últimos sete anos, o crescimento na participação das empresas de serviços no total de empresas que nascem no país tem sido constante: passando de 53,2%, em janeiro de 2010, para 64%, em janeiro de 2017. Já a participação do setor comercial de empresas que surgem no país tem recuado: de 353%, em janeiro de 2010, para 27,6% em janeiro de 2017. A participação das novas empresas industriais se mantém estável.