A referência dos R$ 50,00 para os preços da soja no interior do Brasil começa a se mostrar em mais praças de comercialização nesta semana. Além de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais já apresentam indicativos nestes patamares e os negócios, portanto, permanecem bastante travados. Nesta quinta-feira (6), a praça de Sorriso/MT, inclusive, fechou abaixo disso, com R$ 49,00 por saca, cedendo 1,01%.
Em contrapartidas, nos portos brasileiros os prçeos subiram. Acompanhando a movimentação positiva do dólar – que subiu 1% para se aproximar dos R$ 3,15 novamente – a exceção ficou por conta da referência para maio/17 em Paranaguá, onde a cotação cedeu 0,77/% para R$ 64,50 por saca. Entre os demais indicativos do terminal paranaense e mais o de Rio Grande e Santos, altas de 0,62% a 2,38% para preços entre R$ 65,00 e R$ 66,20 por saca.
Os ganhos, porém, ainda são tímidos diante das necessidades de venda do produtor brasileiro. Amargando preços mais de 20% menores do que os registrados há alguns meses, quando a comercialização fluía melhor, os sojicultores seguem retraídos e na espera da confirmação de melhores oportunidades que o mercado internacional ou câmbio poderiam trazer daqui em diante.
“o ritmo de vendas está mais lento, principalmente, pelo fator preço (…) O produtor segura porque espera preços melhores e que eu, realmente, não sei se virão. Temos uma barrigada de safra que coloca o preço para baixo, naturalmene, Chicago que não reage, não ajuda. De certa forma, esse atraso nas vendas pode jogar contra o produtor, porque será mais volume para entrar no mercado e para ser comercializado em um espaço menor de tempo”, explica o analista de mercado Luiz Fernando Gutierez, da Safras & Mercado.
Para o executivo, o mercado internacional já especula muito sobre o clima para a safra 2017/18 dos Estados Unidos e eventuais problemas que pudessem ser registrados no Corn Belt poderiam trazer algum estímulo para os futuros da soja na Bolsa de Chicago e então, oportunidade de melhores vendas para o produtor brasileiro. Até este momento, porém, as condições são favoráveis para o início do plantio por lá.
“O mercado já está voltando suas atenções para o clima nos Estados Unidos, estamos no período de pré-plantio, com o plantio acontecendo de forma mais ampla a partir de maio”, diz Gutierez. “Hoje, o clima é favorável, temos umidade interessante no solo do Meio-Oeste americano, apontando um início de plantio bom”, completa.
Fonte:NoticiasAgricolas