Esquema foi montado em cidade de MS para desviar dinheiro da merenda escolar
Por Ariel Moreira Publicado 4 de abril de 2017 às 15:37

Esquema montado em Paranhos desviou pelo menos R$ 1 milhão em verba que teria como destino a aquisição de produtos para a merenda escolar no município. A afirmação foi feita hoje (4) pela manhã em coletiva para esclarecer a ação conjunta entre o Grupo Especial de Combate à Corrupção do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, a Polícia Federal, o MPF (Ministério Público Federal) e a CGU (Controladoria Geral da União) e que culminou na Operação Midas, realizada no município de fronteira com o Paraguai. A entrevista foi concedida no quartel do Exército em Ponta Porã.

De acordo com o Campo Grande News, duas empresas que vendem gêneros alimentícios em Ponta Porã foram usadas no esquema.

A fraude envolvendo processos de licitação foi montada por um contador que trabalhava para a prefeitura daquela cidade e para as duas empresas.

De acordo com a força-tarefa, a organização criminosa especializada em desviar recursos públicos e fraudar licitações tinha a conivência e participação de servidores públicos de Paranhos.

Ainda conforme apurado pelo Campo Grande News, durante as buscas os policiais e promotores foram na sede da prefeitura e em uma padaria da cidade, mas os detalhes do trabalho não foram revelados.

As irregularidades investigadas teriam ocorrido na administração do ex-prefeito Júlio César de Souza (PDT), que entregou o cargo em janeiro deste ano para Dirceu Betoni (PSDB). A força-tarefa não revelou, entretanto, se o ex-prefeito também é investigado.

A força-tarefa informou na coletiva que os oito mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva foram cumpridos e que agora o trabalho se concentra na perícia de documentos e arquivos de computador apreendidos.

Operação Midas

De acordo com nota encaminhada à imprensa, a ação mira desvio de recursos públicos através de fraudes em processos de licitação.

Houve montagem e manipulação de documentação em certames públicos e a prática de sobrepreço no município. Foram utilizadas, ainda, certidões e assinaturas falsas, bem como manipuladas informações de procedimentos licitatórios para aquisições com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, um de condução coercitiva e o sequestro de valores de contas bancárias de três empresas, no valor aproximado de R$ 400 mil.

Participaram da operação 50 policiais federais e auditores da CGU.

A operação Toque de Midas faz referência à expressão oriunda da mitologia grega que expressa que o enriquecimento fácil pode se voltar contra o beneficiado, como castigo pela ganância.

Fonte: Dourados News