
Ausência de reagentes químicos no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) emperram a identificação oficial das vítimas do grupo de extermínio que agiu no bairro Danúbio Azul, em Campo Grande. Sem material adequado, os peritos são incapazes de realizar exames de DNA nas dez ossadas que foram encontradas há cerca de dois meses, no cemitério clandestino no Jardim Veraneio. O secretário estadual de justiça e segurança pública, José Carlos Barbosa, reconheceu a falha e disse que o Governo do Estado já abriu licitação para aquisição de novos produtos, no entanto, não há prazos.
Conforme o delegado Marcio Shiro Obara, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios (DEH), por enquanto as vítimas foram reconhecidas apenas de maneira informal, com base nas roupas e outros objetos pessoais encontrados nas covas. “Exames preliminares confirmaram apenas que os ossos encontrados são de pessoas. Resta saber agora se são das pessoas que acreditamos ser, até porque a mesma cova foi usada para enterrar indivíduos diferentes”, disse. Para as famílias, resta a angústia da dúvida, já que as vítimas eram dadas como desaparecidas.
Desde que assumiu a pasta no ano passado, Barbosa enfrenta problemas de falta de materiais junto à Coordenadoria Geral de Perícias, portanto, esta não é a primeira vez. Ele alega ser mais um problema de incompetência administrativa do que de falta de recursos.
Fonte: Correio do Estado/Por Renan Nucci