Antes de intervenção, preso é flagrado com celular em Alcaçuz
Por Redação Publicado 24 de janeiro de 2017 às 08:58

Presos de diferentes facções se enfrentam em Alcaçuz há 11 dias.
Secretário de Segurança afirmou que Polícia vai intervir nesta terça (24).

Um detento foi flagrado usando um celular na manhã desta terça-feira (24) na Penitenciária Estadual De Alcaçuz, na Grande Natal. Sem ser importunado, o homem checa o aparelho no telhado do pavilhão 5 da unidade. Do lado de fora, policiais militares da Força Nacional apenas observam. Ainda nesta manhã, de acordo com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed), Caio Bezerra,  a Polícia Militar e Grupo de Operações Especiais (GOE) vão entrar na unidade para uma revista minuciosa nos pavilhões.

Segundo o secretário, todos os pavilhões serão alvo da intervenção. “Vamos paulatinamente, com esse reforço das Forças Armadas, dos agentes penitenciários levar os presos para dentro dos pavilhões”, afirmou. “Estamos trabalhando para resolver esse problema o mais rápido possível.”

Ao fundo, é possível ver um dos bloqueadores de celular. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os bloqueadores instalados em Alcaçuz foram desligados para não atrapalhar o trabalho da polícia, que reforça o patrulhamento na área externa da unidade.

Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. Com capacidade para 620 presos, a unidade possui atualmente 1.150 detentos. A grande maioria dividida em duas facções criminosas. De um lado o PCC. Do outro, o Sindicato do RN, dissidente da facção que nasceu nos presídios de São Paulo. Desde o sábado passado, os rivais se digladiam dentro da unidade.

Confrontos
Há dez dias, presos de duas facções disputam o poder na unidade. De um lado, ocupando a área dos pavilhões 4 e 5, estão membros do PCC. Do outro, nos pavilhões 1, 2 e 3, estão detentos que fazem parte do Sindicato do RN. Em menos de dois dias a Força Nacional encontrou três túneis que davam na área externa de Alcaçuz.

Antes do início dos conflitos, a penitenciária tinha 1.169 presos. Já no presídio Rogério Coutinho Madruga, que é o pavilhão 5, estavam outros 350.

No dia 14, início da rebelião, pelo menos 26 detentos foram mortos. Na quinta (19), após novo enfrentamento em Alcaçuz, muitos presos ficaram feridos. A PM confirmou que há novos mortos dentro da unidade, mas não informou o número.

Construção de muro
No último sábado (21), enquanto um muro de contêineres era posicionado dividindo as facções, equipes do Instituto Técnico de Perícia (Itep) encontraram e recolheram duas cabeças, um antebraço, um braço e uma perna.

Os contêineres, cada um com 12 metros, darão lugar depois a um muro de concreto de 90 metros de extensão. O governo diz que que a construção desse muro permanente levará 15 dias.

Em Alcaçuz, detentos circulam livremente dentro dos pavilhões desde março de 2015, quando uma série de rebeliões destruiu as grades das celas. Na manhã desta segunda-feira, os detentos continuavam no telhado.

Fonte; G1