Cooperativa de produtores de café reclama por incentivos financeiros
Por Redação Publicado 23 de junho de 2016 às 14:02

A Cooperativa de Produtores do Café do Cuanza Sul coloca, este ano, no mercado nacional, 217 toneladas do produto, que estão a ser cultivadas numa área de 2.800 hectares, disse no sábado o responsável da organização de agricultores

André Silveira Alfredo salientou que a cooperativa tem 1.410 produtores e defendeu a abertura de instituições financeiras para a facilitação dos empréstimos bancários para aumentar a produção.

“Solicito das autoridades governamentais mais apoios em meios técnicos e fertilizantes, embora saliente que os instrumentos de auxílio às iniciativas agrícolas, através de financiamentos, já existem, faltando agora persuadir o mercado interno a valorizar mais a produção local.”

Ao falar num encontro com o ministro da Agricultura, Pedro Canga, que visitou a província, para proceder à abertura da colheita de café, época 2015-2016, Silveira Alfredo referiu que a cooperativa propôs uma discussão ao ministério de tutela sobre a subida do preço do café, uma vez que “não faz sentido os comerciantes ganharem mais que os produtores”.

Os cafeicultores do Assango, no município do Amboim, por exemplo, defenderam o aumento do preço do quilograma do café, de 130 kwanzas para 200 kwanzas, para garantir a sustentabilidade da produção e o aumento do rendimento familiar. Silveira Alfredo falou da importância dos ciclos de formação sobre novas técnicas de produção do café de que associados beneficiam, por facilitarem o aumento do rendimento por hectare, uma motivação para os produtores.

O representante da Cooperativa de Produtores de Café defendeu a realização de mais campanhas de sensibilização dos cafeicultores, para que o produto possa contribuir na diversificação da economia nacional, através da produção contínua.

Em resposta, o ministro da Agricultura incentivou os cafeicultores de Assango e de outras regiões produtoras de café a apostar na qualidade e no aumento da produção, por forma a desenvolver a economia e atingirem cifras do passado, para competirem com produtores internacionais. Afonso Pedro Canga reconheceu o trabalho dos cafeicultores da província do Cuanza-Sul.”O Instituto Nacional do Café prevê colher, esta época, mais de 17 mil toneladas de café em todo o país, numa área de 150 mil hectares, um trabalho que envolve mais de 50 mil famílias camponesas.”

Algodão em breve

O perímetro irrigado de Quipela, na localidade de Gangula, começa brevemente a produzir algodão, com vista a estimular maior rapidez na revitalização da indústria têxtil a nível da região Sul. disse o ministro da Agricultura.

Afonso Pedro Canga reconheceu que o programa segue os passos previstos, apesar da actual situação financeira do país, e estão a ser cumpridas com rigor as duas primeiras etapas. Nestas etapas, referiu, estão incluídas a construção das infra-estruturas, instalação rede de energia eléctrica e, no próximo ano, começam as sementeiras.

“O sector supervisiona a reabilitação da indústria têxtil, que vai necessitar de matéria-prima. O Cuanza Sul constitui uma fonte para a sustentabilidade industrial”, disse o ministro, que confirmou estar já construído um centro de formação, oficinas de manutenção e armazéns, bem como escritórios e uma vila rural.

Distribuição de parcelas

O coordenador do perímetro irrigado de Quipela, Abel Bala Kinzeca, disse que, neste momento, há necessidade de desmatar mais de mil hectares de terras.

O governador provincial do Cuanza Sul, Eusébio de Brito Teixeira, realçou que a sementeira faz parte da segunda fase do perímetro irrigado de Quipela e os trabalhos incluem a distribuição de parcelas.

O perímetro irrigado de Quipela compreende cinco mil hectares, com um financiamento dos Governos de Angola e da Coreia do Sul no valor de 30.737.000,00 de dólares.

Fonte: Portal do Agronegócios