Presidente da Bulgária é recebido por Dilma em visita oficial ao Planalto
Por Redação Publicado 1 de fevereiro de 2016 às 13:59

Rosen Plevneliev passou em revista as tropas e subiu a rampa do palácio.
Filha de imigrante búlgaro, Dilma é conhecida na Bulgária por suas origens.

O presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev, chegou ao Palácio do Planalto por volta das 11h desta segunda-feira (1º) para se reunir com a presidente Dilma Rousseff. Ele passou em revista às tropas militares e foi recebido por ela na rampa principal do palácio.

Na porta de entrada do Planalto, Plevneliev foi recebido por Dilma e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Lado a lado, eles acompanharam a execução dos hinos dos dois países pelo Batalhão da Guarda Presidencial. Em seguida, a presidente brasileira apresentou ao colega búlgaro os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social), além do assessor especial de Dilma para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Após encontro bilateral entre Dilma e Plevneliev, representantes dos dois governos assinaram dois acordos de cooperação entre Brasil e Bulgária, um na área de educação e outro na área de Previdência Social.

Em pronunciamento feito ao lado do colega búlgaro, a presidente brasileira citou a crise de refugiados que atinge a Europa e cobrou da comunidade internacional que haja “soluções coletivas” para a crise. Ao lado de Plevneliev, ela afirmou que a Bulgária é “fundamental” porque é um país afetado “direta e indiretamente” pela fuga de cidadãos do oriente médio e do norte da África.

A presidente também dedicou parte de seu discurso às negociações entre o bloco do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e o da União Europeia para implementar um acordo de livre comércio.

“A visita do presidente Plevneliev se enquadra em um contexto de maior aproximação regional no marco das negociações entre União Europeia e Mercosul. Justamente com os sócios do Mercosul, o Brasil, e eu manifestei isso ao presidente, tem todo interesse em avançar na troca de ofertas e na negociação de um acordo que seja benéfico para o nosso bloco e para a União Europeia, E nós estamos seguros de contar com o apoio e engajamento da Bulgária nessa negociação”, disse Dilma.

Em resposta a ela, Plevneliev disse que a Bulgária pode se tornar a “porta de entrada” do Brasil para a União Europeia e afirmou, ao se dirigir a Dilma, que o país europeu fará “todo o possível” para que o acordo seja assinado o quanto antes.

“Estamos certos de que as companhias brasileiras vão saber aproveitar todo esse acordo. A Bulgária pode servir como porta de entrada do Brasil para a União Europeia, assim como o Brasil pode servir de porta de entrada para a Bulgária no Mercosul. Faremos todo o possível da nossa parte para que isso se faça o mais rápido possível”, declarou.

Origens búlgaras
Dilma ficou conhecida na Bulgária em 2010, quando foi eleita presidente da República. O pai dela, Pedro Rousseff, nasceu em Gabrovo, cidade da região norte central da Bulgária.

Pedro Rousseff deixou a Bulgária na década de 1920 e de lá seguiu para França, Argentina e, enfim, o Brasil, onde conheceu a mãe da presidente, Dilma Jane.

Antes de se fixar no país, ele se chamava Petar Russev. Dilma nasceu em 1947, em Belo Horizonte (MG).

À época da eleição presidencial de 2010, a primeira disputada por Dilma, houve uma polêmica em torno de suas origens, quando circularam nas redes sociais boatos de que ela não poderia assumir o Palácio do Planalto por ser búlgara – a legislação brasileira diz que os candidatos devem ser brasileiros natos. Naquele ano, Dilma teve de desmentir a versão e dizer que era nascida no Brasil.

Nesta segunda-feira, ao encerrar seu pronunciamento ao lado do presidente búlgaro, Dilma relembrou a origem de seu pai e agradeceu a comitiva de Plevneliev em sua língua local: “blagodarya”.

“Não posso construir minhas palavras em enfatizar que esta visita tem um significado especial. Como todos sabe, tenho uma parte búlgara: a metade. Muito obrigado! Ou, como meu pai me ensinou, blagodarya”, concluiu Dilma.

Após os pronunciamentos, os dois seguiram para o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, onde almoçaram juntos.

Visita à Bulgária
Em 2011, primeiro ano de seu mandato, Dilma visitou a Bulgária. Além das reuniões políticas com representantes do governo do país, ela visitou na capital, Sófia, o túmulo do irmão, Luben Russev.

Na mesma viagem, a presidente seguiu para a cidade de Gabrovo, onde seu pai havia nascido. Na ocasião, afirmou que a cidade era “muito bonita”, e as pessoas, parecidas com os brasileiros na afetividade e no jeito de se aproximar. À época, Dilma disse ser “a presidente búlgara do Brasil”.

Fonte: G1