Aos 63 anos, Angela Vieira lembra ensaio nu e diz: ‘Idade não assusta’
Por Redação Publicado 7 de setembro de 2015 às 14:43

Atriz, que interpreta Clarice em ‘I Love Paraisópolis’, entrega como manter um bom relacionamento e diz que não vê a hora se tornar vovó

Angela Vieira, que interpreta a Clarice em I Love Paraisópolis e já acumula 48 projetos só na TV Globo, não parece se incomodar com os anos que se passam. Aos 63, a atriz garante que para ela isso não é um problema. “A idade não me assusta nem um pouco”. Tendo participado dos principais projetos da casa, como Terra Nostra e Por Amor, a atriz faz um balanço positivo de sua carreira: “Fico muito feliz em poder olhar para trás e ver tudo o que já aconteceu comigo”.

Em um papo exclusivo ao Gshow, Angela contou sobre o amor que a reinventou depois dos 50, e com quem está junto até hoje, lembrou a vez em que posou nua para uma revista masculina, aos 47, e revelou também cirurgias plásticas do passado, mas que não pretende repetir.

Como foi apaixonar-se novamente depois dos 50?
Eu acho que a gente sempre procura ser feliz, as pessoas não nasceram para ficar sozinhas. Quando você encontra o parceiro que te tranquiliza e te traz a felicidade, é ótimo. Com o meu marido foi assim, eu já estava com 50 anos quando me apaixonei… mais uma vez. Ele é o meu terceiro casamento. Estamos juntos há 13 anos. Já éramos muito amigos antes de sermos namorados e, então, marido e mulher. Acho que o amor está aí para a gente ir atrás dele.

Sua personagem está se separando na trama de I Love Paraisópolis. Você acha que ela pode encontrar um novo amor?
Eu não sei exatamente o que pode acontecer com a Clarice. Ela já está com um desenho bem diferente de quando começou a novela e, de certa forma, me surpreendeu. Eu não sabia que ela e o Tomás iriam se separar. Ela ainda está muito ressentida, até porque ele já está com uma outra namorada. E, mulheres abandonadas vendo o marido já envolvido com outra é algo muito dolorido. Embora o casamento deles tenha ficado frio, isso é sempre uma ruptura muito ruim. E a Clarice ainda é apaixonada por ele

 Você é mãe de uma filha apenas. Tem vontade de ter mais?
Nem que eu tivesse vontade, atualmente é impossível. (risos) Mas não tenho vontade. Agora tenho que abrir espaço para os netos, que são os novos bebês da família. Eu já fiz o meu papel. Minha filha, do meu segundo casamento, está com 31 e já pensa em ter filhos. E eu já tenho um neto do meu atual marido, então sou ‘vódrasta’.

A idade te assusta?
Nem um pouco. Não tenho problema com a minha idade, não tenho problema em ser chamada de vovó, não tenho problema em dizer que eu tenho 63 anos. Se você me perguntar se é bom envelhecer, eu te respondo que não, ninguém gosta. Então, vamos envelhecer de maneira tranquila. A cada dia que acordo estou um pouco mais velha, mas não tenho esses problemas. Não escondo idade, não fico péssima porque vou fazer 64, e vamos seguindo assim… Estou muito bem, obrigada. (risos)

Você já fez alguma cirurgia plástica?
Sim. Quando eu tinha 45 anos fiz um mini lifting. Depois fiz um retoque nos olhos, e não pretendo fazer mais nada. Agora, tenho que envelhecer. Acho que a cirurgia plástica não é para te fazer mais jovem, mas para te fazer mais agradável. Agora é hora de cuidar da saúde e não fazer botox exagerado. Eu tenho muita preocupação com isso, porque vai ter uma hora em que eu vou ter que envelhecer e olhar para o meu rosto e dizer: ‘não, essa mulher tem 70 e poucos anos’. Hoje pode ser que eu não pareça ter 63, mas eu sei que já tenho uma certa idade. Não pareço ter 45, nem que eu fizesse plástica. (risos)

Você posou para uma revista masculina aos 47 anos. Como avalia este trabalho, hoje?
Eu sempre gostei do nu e sou muito ligada em corpo, até por ter sido bailarina na juventude. Sempre vi trabalhos lindos por aí. Quando fui convidada, conversei com a equipe e disse que eu queria fazer um ensaio dentro das personagens que eu havia dançado, personagens famosas e tradicionais. Mas assim, não ia conseguir vender revista alguma. (risos) Então pensei com uma estética dos anos 50, algo relacionado ao cinema italiano. Sugeri a Itália como locação, e fomos para lá. Fizemos as fotos em Sienna, em uma vila datada de 1.400 a.c., e eu gostei muito. Não sou uma mulher marombada, então foi um ensaio em cima de uma mulher normal, que se cuida.

Voltaria a posar nua?
Não aceitaria novamente. Já mostrei o que eu tinha que mostrar aos 47. (risos) Acho que isso foi muito legal também, poder ter este registro. E foi bacana usar o nu em um país tão preconceituoso, contra tudo e contra todos. Principalmente para a mulher depois dos 35, 40 anos. Depois dessa idade os homens no Brasil só querem as novinhas. E as mulheres foram muito compradoras da minha revista. Elas falavam muito comigo. Depois de mim, muitas outras se aventuraram. Marina Lima, a própria Vera Fisher… Até então, eu era a pessoa com idade mais avançada a posar nua no Brasil na época.

Como faz para manter a forma?
Eu comecei no balé aos 5 anos e só parei depois dos 33. Fiquei um ano e meio sem fazer nada, mas comecei a sentir umas dores no corpo, porque o músculo habitua com os exercícios. Entrei na hidroginástica e passei a correr. Há pouco tempo voltei a fazer aulas de dança, pois adoro trabalhar o corpo. Não pretendo parar mais. Foi um reencontro. Devo procurar algum exercício aeróbico em breve, mas academia normal, com musculação, não pretendo.

Quais os seus trabalhos mais marcantes na TV Globo até hoje?
Fiz bons trabalhos e fico muito feliz em poder olhar para trás e ver tudo o que já aconteceu comigo. Lembro com muito carinho de vários.

Teve Aquarela do Brasil (2000), do Lauro César Muniz, onde interpretei uma ex-vedete…

Fonte: Gshow