Dólar sobe por preocupações com economia e política no Brasil
Por Redação Publicado 28 de agosto de 2015 às 12:05

PIB cai 1,9% no 2º tri e economia entra em recessão.
Reação sobre volta da CPMF também provoca apreensão

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (28), após o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolher 1,9% no segundo trimestre sobre os três meses anteriores, contração maior do que a prevista por analistas, e em meio a novos sinais de turbulências políticas no país.

Às 12h40, a moeda norte-americana avançava 1,13%, cotada a R$ 3,5932 na venda. Veja a cotação.

Veja como está a cotação ao longo dia:
Às 9h19, subia 0,42%, a R$ 3,5678.
Às 10h09, subia 0,47%, a R$ 3,5696.
Às 10h59, subia 0,47%, a R$ 3,5697.
Às 11h30, subia 0,18%, a R$ 3,5593.
Às 12h19, subia 0,75%, a R$ 3,5795.

A disputa pela formação da Ptax de agosto, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais, adicionava volatilidade aos negócios e chegou a fazer a moeda dos Estados Unidos recuar 0,3%, a R$ 3,5420 durante a sessão.

Mais cedo, foi divulgado que a economia brasileira encolheu 1,9% no segundo trimestre deste ano sobre os três meses anteriores e teve contração de 2,6% contra um ano antes. Foram os piores resultados desde o primeiro trimestre de 2009 nas duas bases comparativas.

Além disso, a perspectiva da eventual volta da CPMF –proposta que vem sendo estudada pelo governo para ajudar o reequilíbrio das contas públicas– provocou críticas intensas entre parlamentares e entre empresários. As notícias reforçaram preocupações com a estabilidade política do governo, em um momento de grave crise política no país.

“A situação está feia, não importa para qual lado você olhar. E, cada dia que passa, parece que a trajetória do governo fica mais difícil”, disse o operador de uma gestora de recursos nacional.

Operadores salientavam, no entanto, que o mercado não deve fazer grandes apostas antes de ter mais informações sobre a probabilidade de o Federal Reserve elevar juros no mês que vem –perspectiva que tem perdido força com as turbulências globais recentes– e sobre a intervenção do Banco Central.

“A estratégia correta é de cautela, mesmo com o cenário local difícil”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Ainda nesta manhã, o Banco Central fará aquele que deve ser o último leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, com oferta de até 11 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

Véspera
Na véspera, a moeda fechou em queda ante o real pelo segundo pregão consecutivo, terminando a sessão abaixo de R$ 3,60, em meio a expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, possa postergar o aumento de juros que era esperado para setembro devido às turbulências financeiras globais provocadas por preocupações com a economia chinesa.

Na quinta, a moeda dos Estados Unidos recuou 1,35% na venda, cotada a R$ 3,5528.

Nas duas sessões anteriores, o dólar tinha fechado no patamar de R$ 3,60.

Com a queda de quinta, a divisa passa a acumular alta de 1,62% na semana. No mês, a valorização é de 3,74% e, no ano, de 33,63%.

Fonte: G1