Economia está se reequilibrando, diz ministro da Fazenda
Por Redação Publicado 14 de agosto de 2015 às 09:51

Joaquim Levy reconheceu que há muito trabalho a ser feito sobre ajuste.
Deterioração das contas públicas é significativa, afirmou.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira (14), em evento da Amcham, emSão Paulo, que a economia está se reequilibrando, “e isso é importante”.  Segundo Levy, a agência de classificação Moodys levou isso em conta ao decidir pelo rebaixamento da nota do Brasil, de “Baa2” para “Baa3”, mas com perspectiva estável.

“A economia está se reequilibrando, havia crescente déficit nas contas externas, a balança começou a ter superávit, investir no Brasil voltou a ser atraente, vemos grandes investimentos imobiliários, a gente vê uma recuperação no setor externo absolutamente fundamental”, afirmou.

Mas ele reconheceu que há muito trabalho a ser feito em relação ao ajuste fiscal, tanto do lado das despesas quanto do lado da receita.

“A deterioração (das contas públicas) dos últimos anos é muito significativa e a gente não pode brincar com isso, tem a questão da dívida, o custo pode ser alto para a sociedade e para as empresas, tem que ter priorização na área fiscal forte. A presidente está convicta disso e tem tido coragem de colocar sua popularidade em segundo lugar e tomar as medidas para o país continuar avançando”, disse.

Segundo Levy, o déficit estrutural vinha se deteriorando desde 2012. “A gente estancou essa deterioração para voltar a melhorar. O ajuste fiscal é indispensável, a gente tem que melhorar e temos esse desafio pela frente. Mas aquela deterioração foi estancada e vamos continuar com esse trabalho”, disse.

Em relação à energia elétrica, Levy disse que o governo entrou com coragem de fazer os ajustes e continua fazendo no setor financeiro, o que ajudou a reduzir o risco de racionamento e deu um novo fôlego às distribuidoras. “E continua trabalhando os preços que refletem uma capacidade de poupança para continuar investindo”, disse.

Petrobras
O ministro disse que os riscos relacionados à Petrobras, racionamento de energia, equilíbrio macro-fiscal e preocupação com o grau de investimento foram reduzidos. “Lidou-se com muita clareza com eles e acredito que esses riscos retrocederam”, afirmou.

Segundo ele, a Petrobras criou solução com base na transparência para ajustar o que fosse necessário, com a redução de inúmeras situações que haviam causado fragilidade na empresa.

“O preço do petróleo caiu pela metade, mas [a Petrobras] está encontrando caminhos para ser uma empresa mais ágil e focada em seu mercado-chave”. Ele citou ainda os desinvestimentos feitos nas áreas de óleo e gás para atrair novos investidores, como a ocorrida na BR Distribuidora.

Outro aspecto citado pelo ministro para reequilibrar a economia foi o ajuste na política de preços. “Fez o certo, se afastou, a definição dos preços cabe à empresa”, afirmou.

Fonte: G1