13 álbuns essenciais para ouvir no Dia Mundial do Rock
Por Redação Publicado 13 de julho de 2015 às 14:02

O dia 13 de julho de 1985 entrou para a história da música quando Bob Geldof, líder do Boomtown Rats, reuniu os maiores artistas do mundo no Live Aid, dois shows idealizados com o objetivo de arrecadar fundos para combater a fome na África. A iniciativa foi o ponto de partida na criação do Dia Mundial do Rock. Para quem ama o gênero musical durante os 365 dias do ano, a data é apenas mais um motivo para expor a paixão, reverenciar os ídolos e refletir sobre os rumos do estilo.

Foi pensando nisso que criamos uma lista de 13 álbuns essenciais para ouvir no Dia do Mundial Rock. Fique à vontade para opinar sobre a discografia selecionada. Quais seriam suas escolhas?

1 – Elvis Presley – Elvis Presley (1956)
O rock deve suas reverências iniciais a ídolos negros como Chuck Berry, Little Richard e Fats Domino, mas foi o primeiro álbum de Elvis que transformou um gênero emergente em líder das paradas musicais. O disco também foi o primeiro trabalho de rock a superar a marca de 1 milhão de cópias vendidas.

Faixas imperdíveis: “Tutti-frutti”, “Tryin’ to get you”, “Blue suede shoes” e “I got a woman”.

2 – Bob Dylan – Bringing it all back home (1965)
Em 1965, Bob Dylan chocou os fãs mais conservadores de folk ao incorporar a guitarra elétrica à sua música. “Bringing it all back home” é o marco da transição sonora de Dylan com um lado A puramente roqueiro e um lado B acústico. O recado para os antigos fãs está na última faixa: “It’s all over now (baby blue)”.

Faixas imperdíveis: “Subterranean homesick blues”, “Maggie’s farm”, “Mr. Tamborine man” e “It’s alright, ma (i’m only bleeding)”.

3 – The Beatles – Sgt. Pepper’s lonely hearts club band (1967)
Antes do lançamento de “Sgt.Pepper’s”, o rock era visto como mero entretenimento. A história começou a mudar quando Bob Dylan trouxe letras mais maduras para o gênero. Os Beatles absorveram os trabalhos do bardo americado, mergulharam na essência do pop barroco desenvolvida na saudável rivalidade com os Beach Boys e se aventuraram no terreno experimental da dodecafonia. O resultado é o álbum conceitual que elevou o rock ao status de arte.

Faixas imperdíveis: “Sgt.Pepper’s lonely hearts club band”, “A day in the life”, “Lucy in the sky with diamonds” e “She’s leaving home”.

4 – The Jimi Hendrix Experience – Are you experienced? (1967)
O garoto rebelde que tocava com Little Richard só pode “mostrar suas armas” quando se juntou com o baixista Noel Redding e o baterista Mitch Mitchell numa das estreias mais avassaladoras do rock. O conceito de psicodelia ganhou forma definitiva em músicas como “Are you experienced”, “Purple haze” e “Third stone from the sun”. O lado pop conquistou as paradas com “Hey Joe”.

Faixas imperdíveis: “Purple haze”, “Red house”, “Manic depression”, “Foxey lady” e “Are you experienced?”.

5 – Black Sabbath – Paranoid (1970)
“Paranoid” é a pedra fundamental e mais popular do heavy metal. O segundo álbum do Sabbath deixa um pouco de lado a improvisação blueseira do primeiro trabalho e ganha personalidade em temas ainda mais pesados. A apocalíptica “War pigs” é o símbolo de uma geração que se desiludiu com o sonho hippie e que contava os mortos no Vietnã. A faixa título antecipou o punk rock em quase 10 anos.

Faixas imperdíveis: “War pigs”, “Iron man”, “Paranoid”, “Planet caravan” e “Fairies wear boots”.

6 – Led Zeppelin – Led Zeppelin IV (1971)
O quarto álbum da banda inglesa reúne algumas das músicas mais emblemáticas do hard rock. “Black dog” abre o trabalho com o irresistível convite: “gonna make you sweat, gonna make you groove” (“vou fazer você suar, vou fazer você dançar”). “Stairway to heaven” apresenta o que o rock tem de mais singelo e visceral durante oito minutos. “Rock’n’roll” é uma homenagem aos primeiros mestres do estilo com destaque para a marcante introdução da bateria de John Bonham.

Faixas imperdíveis: “Stairway to heaven”, “Black dog”, “Rock’n’roll” e “The battle of evermore”.

7 – Pink Floyd – Dark side of the moon (1973)
É possível um álbum de rock progressivo que aborda temas como morte, loucura, pobreza e guerra ser um dos mais populares da história? Em três décadas, “Dark side of the moon” vendeu 30 milhões de cópias e ficou 724 semanas entre os discos mais vendidos dos Estados Unidos. “Suspeito que parte da razão pela qual o disco ainda esteja aí sejam gerações de adolescentes que parecem querer sair e comprar o álbum enquanto seus hormônios principiam a ferver nas veias, e eles começam a se rebelar contra o status quo”, teorizou Roger Waters no livro “The dark sode of the moon: os bastidores da obra-prima do Pink Floyd”, de John Harris.

Faixas imperdíveis: “Time”, “Money”, “The great gig in the sky” e “Us and them”.

8 – Queen – A night at the Opera (1974)
O quarto álbum de estúdio do Queen é um dos momentos mais ambiciosos do rock. Pompa, peso, cafonice e loucura conduzem músicas que promovem o encontro das guitarras com a ópera, o dancehall, o jazz de vaudeville e um instrumento ainda pouco conhecido: o ukulele. Foi a gravação mais cara da época, com destaque para as 180 superposições vocais e uso de cinco estúdios diferentes na apoteótica “Bohemian rhapsody”. A faixa, obviamente, é o ponto máximo do disco, que se tornou um improvável sucesso radiofônico.

Faixas imperdíveis: “Bohemian rhapsody”, “Death on two legs”, “Love of my life” e “You’re my best friend”.

9 – The Clash – London calling (1979)
O punk já tinha dado um “chega pra lá” no excesso de pretensão que tomou o rock nos anos setenta. O Clash, no entanto, percebeu que também era necessário um discurso mais sólido e mais possibilidades criativas para o gênero sobreviver aos anos seguintes. Em “London calling”, o punk se funde ao rockabilly, ao reggae, ao ska e ao pop em reflexões sobre a guerra civil espanhola (“Spanish bombs”), status social (“Clampdown”), desemprego e discriminação racial (“London calling”). A capa é uma homenagem ao primeiro álbum de Elvis, reparou?

Faixas imperdíveis: “London calling”, “Train in vain”, “The guns of Brixton”, “Coka kola” e “Brand new Cadillac”.

10 – U2 – War (1983)
O terceiro álbum do U2 não é tão popular quanto “The Joshua Tree” (1987), mas é o momento em que a banda surge de forma contundente para o mundo carregando um forte discurso político. “Sunday bloody sunday” levou os conflitos da Irlanda para o primeiro lugar da parada inglesa e o Top 10 americano. O primeiro sucesso mundial, no entanto, foi “New year’s days”, lançada em 1º de janeiro de 1983.

Faixas imperdíveis: “Sunday bloody sunday”, “New year’s day”, “Two Hearts Beat as One” e “The Refugee”.

11 – Nirvana – Nevermind (1991)
“Nevermind” carrega vários méritos. O álbum tirou “Dangerous”, de Michael Jackson, do topo da Billboard, varreu do mapa o que restava do “rock farofa” dos anos oitenta, consolidou a cena grunge e transformou Seattle na nova Meca dos roqueiros. “Smells like teen spirit” desafia o ouvinte ao expor uma geração desiludida, entregue ao consumismo e manipulada pelos meios de comunicação: “Here we are now, entertain us” (“Aqui estamos, nos entretenha”), provoca Kurt Cobain na letra.

Faixas imperdíveis: “Smells like teen spirit”, “Come as you are”, “Lithium”, “Territorial pissings” e “Something in the way”.

12 – Oasis – (What’s the story) morning glory? (1995)
O segundo álbum dos ingleses de Manchester é a obra mais popular do Britpop. O Blur pode ter uma discografia mais interessante, porém não conseguiu lançar um disco com tantos hits quanto o Oasis. “Wonderwall” talvez seja a canção de amor definitiva da década de 1990. Já a sonoridade de músicas como “Champagne supernova”, “Roll with it” e “Don’t look back in anger” ainda é copiada até os dias atuais por bandas “moderninhas”.

Faixas imperdíveis: “Don’t look back in anger”, “Wonderwall”, “Champagne supernova” e “Morning glory”.

13 – Radiohead – Ok computer (1997)
No site Scream & Yell, o jornalista Tiago Agostini define o terceiro álbum do Radiohead de forma precisa: “‘Ok Computer’ é, desde seu título, uma rendição aos tempos modernos. Não há como escapar do que se tornou a nossa época.” As letras de Thom Yorke criticam o conformismo dos tempos atuais, com seus padrões de comportamento e a patrulha politicamente correta. Músicas como “Paranoid android” e “No surprises” apresentam um discurso a frente de seu tempo, embaladas pelas texturas melódicas minuciosas do guitarrista Johnny Greenwood.

Faixas imperdíveis: “Paranoid android”, “Airbag”, “Karma police”, “Let down” e “The tourist”.

E aí, curtiu a lista? Faltou algum álbum importante? Diz aí!

Texto: PH Martins, produtor do RADIOBEAT e apresentador do programa “Classic Rock”, na Globo FM.